sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Ajuste as pupilas

Há um turbilhão nada turbilhado.
agulhas sem pontas
estouram o vazio disfarçado de bolhas.
A fragmentação
do que nem era
parece tremilicar
enquanto pulsa...

Há um burburinho
que não grita
que não chora
que não sofre.
Um burburinho feito de
olhar de criança
  se olha no espelho e
  de repente !
  aquele Sou eu.

Entre a firmeza
e a suavidade
ainda parece haver
um mapa a se decifrar
não decifrável
mas, completamente
e unicamente,
a experienciar.

Estou aqui
vendo o era-impossível acontecer
enquando abano as mãos
para o papel de identidade
que me encaixei
(nada acolhida)
e ainda, encolhida.

Não julgue
Não julgue
Não julgue

E a verdade se me apresenta:
- Muito Prazer.
e me junta...

É a folha que dança
ao invés de simplesmente cair
no chão.

É o sol que abre
quando cogito
frio

E me junta
E não julga
E me junta

E só assim
expandir, sem partir.
sem nunca retornar...

Ai a moldura
que reduzia o retrato
Ai da moldura
que reduzia o retrato
Cadê a moldura
que reduzia o retrato ?

Veja aqui o retrato
(não-retratado!)
Estendido, bem posto
gentilmente disposto
à palma do seu coração.

eu respiro
sabendo que não há volta
porque parti de onde não existe.

eu respiro
sabendo que não há volta
vislumbrando a porta
do que É.

eu respiro
e aguardo
a disposição correta
 ( nada milimétrica, mas exata! )
que permitirá estes não-olhos
ver
o que nunca mais
será
ignorado...
e só poderá, é claro
ser,
agora.

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