sábado, 7 de agosto de 2010

Ponta (o!)

a ponta que fica
é a ponta da faca.

a ponta que fica
é uma curva de longe
do caminho que era pra ter sido
e que não vai.

a ponta é a pontada.
o instante negro da Liberdade azul.

a ponta é, afinal, o vôo.
correntes fundidas ao Sol.

tão solto.
tão solto.
tão solto.

Sem poder saber mais ( definitivamente, desconhecer o mais!)
andar de mãos dadas.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Dos instantes


Queria dizer algo bonito:
pétalas
.... caem
..........adocicadas
..................amarelas
..........................cheias
...........................de passado

S.A.B.

sábado, 24 de abril de 2010

and so it is



________Entre o ponto final

E a reticê n c i a__________

______Há tudo,_________

______Em carne_________

____Viva_______________

________________E morta

Uma talvez abrace assim a outra

Posto que sinto esta morte, parecendo sempre,

_____Um processo________

D e s a t a n d o

Nó por Nó por____________Nó

O problema do número três é este:

Ele pode ser tanto definitivo

_____Como circular______

A mistura de tudo, deste tudo, que teme o fim

Que teme a eternidade desternada.


"Há sempre um lado que pese,

outro lado que flutua;

tua pele é crua.

é crua."*

S.A.B.


*citação de Crua, música de Otto (2009/ Certa manhã acordei de sonhos intranquilos)

**formato do blog desrespeita o texto, os "_" tinham que ser espaços vazios, fazeroquê.)

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Feia, ainda.



queria escrever, mas é seco.
é dedo parado..
são olhos...

é o cansaço, o medo? a dor.
a dor que ainda não é bonita.
a dor que ainda não se redimiu. (entendo!)
é a pura... a pureza para overdose

queria escrever, só para escrever.
só para dizer isto:.

é o que não foi ainda
sovado.
não foi segurado
não foi ninado
para que enternecesse.

E agora, uma pena, mil penas no chão que não voam.
E agora, foi, uma pena de um vôo desrepousado.
E agora foi, que pena, que pena...Que foi.
Pena, ainda não se redimiu,mas foi.


S.A.B

quinta-feira, 25 de março de 2010

With no Cheese, please

Olham-se tanto. Perfis, bocas, bicos, olhos, sobrancelhas , silhueta.
É tanto auto. É tanto álbum. É tanto si mesmo embebedado de Outro.
Outro ângulo, outro ponto de vista, outro espelho, outro penteado.
Eu sinto muito e tanto pelo anseio injusto de se multiplicar para ser.
E ser em quebranto.
Eu sinto tanto pelas instantâneas luzes engatilhadas...Postas, não. Arrumadas em série.
Cegam. Acobertam a feiúra, a curva, a sombra da sombra, a parte que deveriam mostrar.
 Escancarar para deixar de lado.
Tanto mais imagem quanto lacunas de entranhas.
Tanto mais resolução quanto espaços.
Tanto mais reprodução quanto menos significado.
Eu não sinto mais nada.
E, sorrio.

S.A.B

sábado, 20 de março de 2010

Meu colar sem pérolas

As coisas que machucam

Essas coisas. Coisas pequenas.

Grãozinhos de areia.

Raspam. Esfolam , v a g a r o s a m e n t e.

Abro-me, no entanto, sem pérola.

Uma falta aqui.

Uma lacuna aqui.

No acolá ?

Nada... De tão cheio.

Toda esta leveza é só minha.

Aquela feita do que se apaga.

Do que não se precisa.

Do que se destaca.

Do que o vento leva.

Toda , esta maldita leveza,

é aquela de quem murcha.

É minha.

S.A.B.

( )

o que parece
que uma mão entra e afasta tudo (de mim!) para os lados.
fica assim,
uma licença.
calada cadência.
dessequência.
reticência.
um espaço largo,denso de nada.
pesado de tanto sem .
S.A.B