domingo, 30 de outubro de 2011

Estando

A pele que sorri é a minha
Um sorriso feito de braços no ar
Ondas marítimas em corpo.

Eu estou aqui,
Aqui completamente.
Estou.

É bom não estar em lugar algum a mais.
Dividir-se é tarefa exaustiva.
E eu, sempre exaurida,
Por um instante: repasso.


E abraço!
Toda alegria de poder em paz,
fincar um pé no agora.
E o outro.... também. (!)

Um sopro de vida
não me faz voar:

me faz olhar o chão
sentir a terra entre os dedos
e o cheiro molhado, de vida,
de mundo inteiro em uma gota.

E eu pude beber e ser, junto à tudo,
que nem mais sei, se essa felicidade é minha
ou é tua.

sábado, 29 de outubro de 2011

Quebranto

Entre o
To be
e o To broke
Não há hiatos.
Há um kor.
Todo do avesso e do contrário.
Tão calejando que de
C foi pra K.
...Pertinho.

À luz da lua.

A noite tem cheiro de álcool suado
Em sua toda tonelada e leveza
De cada encontro que se desencontra.
De cada desencontro que encontro.

Sentada daqui
Eu não vejo a lua.

Sentada daqui
Eu não vejo o céu.

Sentada daqui
(Sem ter nada):
Sorri alguém,
Sorrio também:

 - Seu garçom,
o vento tá bom.
abre a janela,
por toda gentileza que neste mundo me resta.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Essa cadeira não tem nome


Mal fui me perder no aperto dum suspiro
e tomaram o meu lugar(!):
ai a dor de se reconhecer substituível.

Pega ladrão..
... Levaram meu chão.




E esqueceram minha mão:
(assim, bem estendida e sentida...)
remoendo, revivendo, ressentindo... cada ressoante não.

domingo, 23 de outubro de 2011

Sobre a partilha

Os dias em que não estou.
Tudo, tudo: está em  corda bamba. 


Eu odeio, ainda, dar corda...
À corda do pescoço, à corda do relógio...


Acorda,
que é a corrupção ensimesmada.
Rompeu-me tudo o que se chamava coração.


É quando um 
foge-se em dois:

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Beneath de Mango Tree


Variando a veia amante
Talho sem faca
Na madeira leve e flutante:
Meu oceano azul não ataca.

Não me enxergam, nem precisa.
Nem mesmo da rima:

Eu sento à sombra, embaixo da mangueira.
E nem mesmo importa se me molho inteira.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Dor de umbigo.

A agonia da plenitude...
Repousa em toda pena que tem meu travesseiro
 (de mim)

Amor não instantâneo, mas infinito por um instante.
Que sem querer me põem fundida e logo, distante.

Sigo cindida,
por Zeus, ferida,
Na lâmina da espada inconstante.

domingo, 16 de outubro de 2011

Pescado


Como pode um peixe vivo
ter tal balde de água fria?
Como pode um peixe vivo
Sentir teu mundo em pele fria?

Como poderei viver
com a tua
sem a tua
entre a nossa companhia.

Como poderei viver...
Como poderei viver...
Sentindo a tua
Vendo as tuas
Delicadas companhias.

Fazendo amor com o universo.

Há muito que pensava querer sucesso.
Mas hoje desejo reconhecimento:
do que faço, do que sinto, do que sou
- a vela, a luz e a sombra.

Ele me faz presente em cada instante de vida,
Me dá a mão pra mim mesma,
Me deixa sentir tanto sem deixar de me ser.
Aquele me tira do chão: cerceia.
E me destaca do que não posso viver sem: mim e eu.

A miragem deixa de sorrir assim que ponho os pés nela:
nada sinto e pouco vivo.
Sem mesmo os pés na água,
como poderia eu matar qualquer sede?

Corpo, Amor, Alma e Espirito nunca se juntam
..se não os pode sentir em cada inspirar
e expirar

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Sobre a Fuga e o Vento.

Eu queria uma pausa:


(    )

um descanso.
um recanto.

Onde eu pudesse cochichar,
em gotas de alma morrida (ou matada! ):

mas, lá estou
na amplidão sem paredes nuas:
vivente,
sobrevivente,
ardente,

eu queimo sem virar pó
eu inflamo em cada curva deste nó
eu pego, abraço e desatam: é só.