quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Paradinho


Alguma coisa do mundo parou parado.
Alguma coisa se viu no espelho
e se reconheceu: firme.

Não é um local,
não há residência
que fixe
qualquer conceito.

Mas, alguma coisa
que não é o fundo
do poço
descobriu a Fonte.

E a água fluiu.
E flui sem fluir nada.
Porque o que é eterno não muda.

Alguma coisa parou.
E sempre parada esteve
Porque é a base da base da base.
Sem avessos.

Alguma coisa
não se importa
para onde eu vá
quem eu abrace
o que eu tenha.
(o que eu faça!)
Ela fica, se mantém : p a r a d a.

Não há choro,
nem vela
no olho do furacão.
Vejo claramente:
só é vento
só é castelo de cartas
marcadas...
Por cada um que
distribui seu baralho.

Meu bem,
só bem,
eu jogo por diversão
não faço apostas.

Meu bem,
só bem,
eu me jogo
sem nunca brincar de fato
com sorte alguma.

Não há choro,
nem vela.
Há somente a certeza
de que não importa
o quanto eu mude.

Eu não muda.

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