sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Dos pedaços arrancados no caminho

A terra que tenho
embaixo de cada pé
tem o suor frio
da noite adoentada.

O pé que tenho
embaixo de cada corpo
sustenta 
( por um fio )
o sobrepeso das almas...
que insisto carregar.

As pernas que tenho,
embaixo deste tronco,
não têm folhas,
não têm Sol,
Ou mesmo seiva.
(sequer)

O peito que tenho,
embaixo de minha face,
sustenta, mesmo infiltrado,
(bem nas partes onde perfurado)
cada eu...
que me foi.

O rosto que tenho
embaixo deste Céu,
segura(-se)
em cada eterno instante 
que olha no espelho
gelado e cortante 
do que foi e não é.
( e não será...)

Os olhos que tenho,
bem aqui
olhando para Deus,
aguentam
não mais...

a lágrima
que brota
e esquenta
a terra fria.

a lágrima 
que brota
e emprenha
a terra antes fria

a lágrima
que brota
e me deixa
à terra nada fria

não mais tenho
isso que me era
de novo e também.

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