A terra que tenho
embaixo de cada pé
tem o suor frio
da noite adoentada.
O pé que tenho
embaixo de cada corpo
sustenta
( por um fio )
o sobrepeso das almas...
que insisto carregar.
As pernas que tenho,
embaixo deste tronco,
não têm folhas,
não têm Sol,
Ou mesmo seiva.
(sequer)
O peito que tenho,
embaixo de minha face,
sustenta, mesmo infiltrado,
(bem nas partes onde perfurado)
cada eu...
que me foi.
O rosto que tenho
embaixo deste Céu,
segura(-se)
em cada eterno instante
que olha no espelho
gelado e cortante
do que foi e não é.
( e não será...)
Os olhos que tenho,
bem aqui
olhando para Deus,
aguentam
não mais...
a lágrima
que brota
e esquenta
a terra fria.
a lágrima
que brota
e emprenha
a terra antes fria
a lágrima
que brota
e me deixa
à terra nada fria
não mais tenho
isso que me era
de novo e também.
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