sábado, 3 de dezembro de 2011

Sobre o medo do Mar virar Sertão.

Em quantas vidas será possível te encontrar
E sobreviver.

Em quantas luzes e corpos posso estar e me misturar
Contigo, sem apagar?

Em quantos suspiros e respiros  - centenários...
Pode ainda existir amor?
Amor em carma
E, ainda assim: em carne.

Eu não sei se tenho algo mais
                     pra dar
Que já não tenha tido
E que não tenha sido suficiente.

Sinto-me logo boiar da porta que fecho.
Porque - de repente! - descubro: a maçaneta é minha.
E ela gela e corta minha mão, em metal dourado e reluzente.
É quase a luz no fim do túnel.
Mas : é o fim do mar.... Que é todo tecido do infinito.

E eu me pergunto:
 Como jazeria o Infinito?
Sendo ainda, eu toda (!), o oceano.

Deságuo ( sem desabar) então este Mar Morto:
Tudo o que não me cabe mais mesmo cabendo (em mim).
E chacoalho minhas ondas de todas as praias e de todo meio do caminho.

O Mar pode flutuar no oceano,
Mas o Oceano, meu lindo oceano,
Sempre engolirá qualquer Mar.

E aí encontro paradoxo divino:
Ele jaz, e morre, mesmo vivendo em mim.
Enquanto expando e beijo (amorosamente) cada nova praia.




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