o horário de verão
me desculpa
de toda tristeza
que poderia existir
se não houvesse o pôr do sol da noite.
o sol em céu
me desculpa
por esmagar as folhas secas da calçada
e dançar com a música
tecida de dor pra flor.
sou toda o perdão
que dou-me a mim,
por cada instante que desvivi
sou toda o perdão
que ainda darei
a ti
- assim embalado, em papel de presente sem passado -
por cada instante que me morreu,
sem saber que também morria.
eu sou toda
a primeira morte,
jazida, estendida e chorada.
mas, ainda me espreguiço:
posto que algo me sussurra
" a tua é a última "
E a última, é quase eterna.
Mas, te liberto
dizendo ali, em voz baixa:
tudo bem
tudo é do bem.
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