sexta-feira, 8 de junho de 2012
Do cálice.
Transcende
Imanente
Coração
Sem carne:
Eu,
que não deixei minhas migalhas
para achar o caminho
de volta...
Não se pode
seguir as pegadas
que não sejam
minhas, Heloísa.
Transcendente
Imanente
Coração
Sem Carne,
Não bem sei,
se foi o caminho do meio,
Mas sei bem,
Que sigo o tal caminho sem trilha.
Heloísa,
dizem trilhar
em suas saias
a porta do Diabo
Mas, enxergo apenas
o som da lira esculpida
em seu peito,
que canta
enquanto chorou
e agora sorri.
Transcendente
Imanente
Coração
Sem Carne,
Sinto o frio
não sei se da barriga
- da minha ou deste bicho marinho que me roça.
Seria do metal que não reluz ?
Daquele martelo
que em pouco rachará a noite
emprenhada de dia.
Heloísa,
Está tudo prestes a ruir.
E sua música ressoa com força e resistente,
Talvez eu veria,
se me dessem de vez aquela tocha.
(E, me dizem risonhos,
que é só tomá-la.)
Mas, aqui estou,
pouco vendo,
e sentindo...
que a noite abraçará o dia
e nada mais ressoará
de relógio algum.
Transcendente
Imanente
Coração
Sem Carne,
Quem me guia
e guiou,
Heloísa.
Aqui estou,
Posto que em lugar nenhum mais,
poderia eu estar
que não fossem nas rédeas
da sua Roda Gigante.
Porque nada mais faz sentido,
a não ser Ser e Não Ser, ao mesmo tempo
Contigo.
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